VERBO - 1a parte
Verbo é uma palavra que exprime ação, estado, fato ou fenômeno. Dentre as classes de palavras, o verbo é a mais rica em flexões. Com efeito, o verbo possui diferentes flexões para indicar a pessoa do discurso, o número, o tempo, o modo e a voz.
Verbo é uma palavra que exprime ação, estado, fato ou fenômeno. Dentre as classes de palavras, o verbo é a mais rica em flexões. Com efeito, o verbo possui diferentes flexões para indicar a pessoa do discurso, o número, o tempo, o modo e a voz.
O verbo flexiona-se em número e pessoa:
Singular/ Plural
1a pessoa: eu penso nós pensamos
2a pessoa: tu pensas vós pensais
3a pessoa: ele pensa eles pensam
EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS
Tempo é a variação que indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Os três tempos naturais são o Presente, o Pretérito (ou Passado) e o Futuro.
O
Presente designa um fato ocorrido no momento em que se fala; o
Pretérito, antes do momento em que se fala; e o Futuro, após o momento
em que se fala.
Leio uma revista instrutiva. (Presente)
Li uma revista instrutiva. (Pretérito)
Lerei uma revista instrutiva. (Futuro)
TEMPOS DO MODO INDICATIVO
1) Presente: estudo
2) Pretérito: Imperfeito: estudava
Perfeito: estudei
Mais-que-perfeito: estudara
3) Futuro: do Presente: estudarei
do Pretérito: estudaria
Dados os tempos do modo indicativo, veremos, em seguida, o emprego dos mesmos e sua correlação.
PRESENTE
O presente do indicativo emprega-se:
1) Para enunciar um fato atual:
Cai a chuva.
O céu está limpo.
2) Para indicar ações e estados permanentes:
A terra gira em torno do próprio eixo.
Deus é Pai!
Deus é Pai!
3) Para expressar uma ação habitual do sujeito:
Sou tímido.
Como muito pouco.
4) Para dar vivacidade a fatos ocorridos no passado (presente histórico):
"A Avenida é o mar dos foliões. Serpentinas cortam o ar..., rolam das escadas, pendem das árvores e dos fios..." (M. Rebelo)
5) Para marcar um fato futuro, mas próximo; neste caso, para impedir qualquer ambigüidade, se faz acompanhar geralmente de um adjunto adverbial:
"Outro dia eu volto, talvez depois de amanhã...”`(A. Bessa Luís)
PRETÉRITO IMPERFEITO
A própria denominação deste tempo - Pretérito Imperfeito - ensina-nos o seu valor fundamental: o de designar um fato passado, mas não concluído (imperfeito = não perfeito, inacabado).
Podemos empregá-lo assim:
1) Quando, pelo pensamento, nos transportamos a uma época passada e descrevemos o que então era presente: O calor ia aumentando e o vento despenteava meu cabelo.
2) Pelo futuro do pretérito, para denotar um fato que seria conseqüência certa e imediata de outro, que não ocorreu, ou não poderia ocorrer: Se eu não fosse mulher, ia também!
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO
1) O Pretérito Mais-Que-Perfeito indica uma ação que ocorreu antes de outra já passada:A conversa ficara tão tediosa, que o homem se desinteressou.
2) Na linguagem literária emprega-se, às vezes, o mais-que-perfeito em lugar:
a) do futuro do pretérito (simples ou composto):
"Um pouco mais de sol - e fora (= teria sido) brasa,
Um pouco mais de azul - e fora (= teria sido) além,
Para atingir ...
(Sá Carneiro)
b) do pretérito imperfeito do subjuntivo:
Quem me dera! (= quem me desse)
Prouvera a Deus! (= prouvesse a Deus)
FUTURO DO PRESENTE
1) O futuro do presente emprega-se para indicar fatos certos ou prováveis, posteriores ao momento em que se fala:As aulas começarão depois de amanhã.
2) Como forma polida de presente:Não, não posso ser acusado. Dirá o senhor: mas o que aconteceu? E eu lhe direi. sei lá! (= digo)
3) Como expressão de uma súplica, desejo ou ordem; neste caso, o tom de voz pode atenuar ou reforçar o caráter imperativo:Honrarás pai e mãe!
"Lerás porém algum dia
Meus versos, d 'alma arrancados, ... "
(G. Dias)
FUTURO DO PRETÉRITO
1) O futuro do pretérito emprega-se para designar ações posteriores à época em que se fala:Depois de casado, ele se transformaria em um homem de bem.
2) Como forma polida de presente, em geral denotadora de desejo.Desejaríamos cumprimentar os noivos.
3) Em certas frases interrogativas e exclamativas, para denotar surpresa ou indignação:O nosso amor morreu... Quem o diria?
TEMPOS DO MODO SUBJUNTIVO
1) Presente: estude
2) Pretérito:
- Imperfeito: estudasse
- Perfeito: tenha (ou haja) estudado
- Mais-que-perfeito: tivesse (ou houvesse) estudado
3) Futuro:
- Simples: estudar
- Composto: tiver (ou houver) estudado
Quando nos servimos do modo indicativo, consideramos o fato expresso pelo verbo como real, certo, seja no presente, seja no passado, seja no futuro.
Ao empregarmos o modo subjuntivo, encaramos a existência ou não existência do fato como uma coisa incerta, duvidosa, eventual ou, mesmo, irreal. Observemos estas frases:
- Afirmo que ela estuda. (modo indicativo)
- Duvido que ela estude. (modo subjuntivo)
- Afirmei que ela estudava. (modo indicativo)
- Duvidei que ela estudasse. (modo subjuntivo)
PRESENTE DO SUBJUNTIVO Pode indicar um fato:
1) Presente:Não quer dizer que se conheçam os homens quando se duvida deles.
2) Futuro:"No dia em que não faça mais uma criança sorrir, vou vender abacaxi na feira." (A. Bessa Luís)
IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO
Pode ter o valor de:
1) Passado:Todos os domingos, chovesse ou fizesse sol, estava eu lá.
2) Futuro:Aos sábados, treinava o discurso destinado ao filho que chegasse primeiro.
3) Presente:
Tivesses coração, terias tudo.
Como imaginar alguém que não precisasse de nada? (= precise)
PERFEITO DO SUBJUNTIVO Pode exprimir um fato:
1) Passado (supostamente concluído):
Espero que você tenha encontrado aquele endereço.
2) Futuro (terminado em relação a outro futuro):
Espero que ela tenha feito a lição quando eu voltar.
MAIS-QUE-PERFEITO DO SUBJUNTIVO
Pode indicar:
1) Uma ação anterior a outra passada.Esperei-a um pouco, até que tivesse terminado seu jantar.
2) Uma ação irreal no passado:Se a sorte os houvesse coroado com os seus favores, não lhes faltariam amigos.
FUTURO DO SUBJUNTIVO SIMPLES
Este tempo verbal marca a eventualidade no futuro e emprega-se em orações subordinadas:
Se quiser, irei vê-lo.
Farei conforme mandares.
Quando puder, venha ver-me.
FUTURO DO SUBJUNTIVO COMPOSTO Indica um fato futuro como terminado em relação a outro fato futuro (dentro do sentido geral do modo subjuntivo):
D. Flor, não leia este livro; ou, se o houver lido até aqui, abandone o resto.
MODOS DO VERBO
Os modos indicam as diferentes maneiras de um fato se realizar. São três:
1o) o Indicativo: Exprime um fato certo, positivo: Vou hoje. Sairás cedo.
2°) o Imperativo: Exprime ordem, proibição, conselho, pedido:
Volte logo. Não fiquem aqui. Sede prudentes.
3°) o Subjuntivo: Enuncia um fato possível, duvidoso, hipotético:
É possível que chova. Se você trabalhasse...
Além desses três modos, existem as formas nominais do verbo (infinitivo, gerúndio, particípio), que enunciam um fato de maneira vaga, imprecisa, impessoal.
1o) Infinitivo: plantar, vender, ferir.
2°) Gerúndio: plantando, vendendo, ferindo.
3°) Particípio: plantado, vendido, ferido.
Chamam-se formas nominais porque, sem embargo de sua significação verbal, podem desempenhar as funções próprias dos nomes substantivos e adjetivos: o andar, água fervendo, tempo perdido.
O Infinitivo pode ser Pessoal ou Impessoal.
1o) Pessoal, quando tem sujeito:
Para sermos vencedores é preciso lutar. (sujeito oculto nós)
2°) Impessoal, quando não tem sujeito:
Ser ou não ser, eis a questão.
O infinitivo pessoal ora se apresenta flexionado, ora não flexionado:
Flexionado: andares, andarmos, andardes, andarem.
Não flexionado: andar eu, andar ele.
Quanto à voz, os verbos se classificam em:
1) Ativos: O sujeito faz a ação:
O patrão chamou o empregado.
2) Passivos: O sujeito sofre a ação.
O empregado foi chamado pelo patrão.
3) Reflexivos: O sujeito faz e recebe a ação.A criança feriu-se na gangorra.
Verbos Auxiliares são os que se juntam a uma forma nominal de outro verbo para constituir os tempos compostos e as locuções verbais: ter, haver, ser, estar.
- Tenho estudado muito esta semana.
- Jacinto havia chegado naquele momento.
- Somos castigados pelos nossos erros.
- O mecânico estava consertando o carro.
- O secretário vai anunciar os resultados.
Os verbos da língua portuguesa se agrupam em três conjugações, de conformidade com a terminação do infinitivo:
1) Os da primeira conjugação terminam em - ar: cantar
2) Os da segunda conjugação terminam em - er: bater
3) Os da terceira conjugação terminam em - ir: partir.
Cada conjugação se caracteriza por uma vogal temática:
A (1a conjugação), E (2a conjugação), I (3a conjugação).
Observações: - O verbo pôr (antigo poer) perdeu a vogal temática do infinitivo. É um verbo anômalo da segunda conjugação.
- A nossa língua possui mais de 11 mil verbos, dos quais mais de 10 mil são da primeira conjugação.
2 comentários:
Professora parabéns pelo lindo trabalho que faz para contribuir com os concurseiros,estas aulas são ótimas.obrigada Sandra Lopes.
Obrigada Sandrinha!!! E a aula continua... Brevemente lançarei a segunda parte. Abraços, Prof. Alessandra
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