sexta-feira, 8 de junho de 2012


C


urso de Português
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Professora Alessandra

Figuras de linguagem: As figuras constituem um recurso especial de construção, valorizando e embelezando o texto. Há questões de provas de concursos públicos, que cobram, direta ou indiretamente, o emprego adequado da linguagem figurada. Vejamos as mais importantes, que você não pode desconhecer. Elas não serão, aqui, agrupadas de acordo com sua natureza: de palavras, de pensamento e de sintaxe. Não há importância nessa distinção, para interpretarmos um texto.
1) Comparação ou símile: Consiste, como o próprio nome indica, em comparar dois seres, fazendo uso de conectivos apropriados.
Ex.: Esse liqüido é azedo como limão. A jovem estava branca qual uma vela.
2) Metáfora: Tipo de comparação em que não aparecem o conectivo nem o elemento comum aos seres comparados.
Ex.: “Minha vida era um palco iluminado...” (Minha vida era alegre, bonita etc. como um palco iluminado.)
Tuas mãos são de veludo. (Entenda-se: mãos macias como o veludo)
“A vida, manso lago azul...” (Júlio Salusse)
(Neste exemplo, nem o verbo aparece, mas é clara a idéia da comparação: a vida é suave, calma como um manso lago azul.)
3) Metonímia
Ex.: Sempre li Érico Veríssimo, (o autor pela obra)
Ele nunca teve o seu próprio teto. (a parte pelo todo)
Cuidemos da infância. (o abstrato pelo concreto: infância / crianças)
 Comerei mais um prato. (o continente pelo conteúdo)
Ganho a vida com meu suor. (o efeito pela causa)
4) Hipérbole: Consiste em exagerar as coisas, extrapolando a realidade.
Ex.: Tenho milhares de coisas para fazer.
Estava quase estourando de tanto rir.
Vive inundado de lágrimas.
5) Eufemismo: É a suavização de uma idéia desagradável. Chamado de linguagem diplomática.
Ex.: Minha avozinha descansou. (morreu)
 Ele tem aquela doença. (câncer)
Você não foi feliz com suas palavras. (foi estúpido, grosseiro)
6) Prosopopéia ou personificação: Consiste em se atribuir a um ser inanimado ou a um animal ações próprias dos seres humanos.
Ex. A areia chorava por causa do calor.
 As flores sorriam para ela.
7) Pleonasmo: Repetição enfática de um termo ou de uma idéia.
Ex.: O pátio, ninguém pensou em lavá-lo. (lo = O pátio)
Vi o acidente com olhos bem atentos. (Ver só pode ser com os olhos.)
8) Anacoluto: É a quebra da estruturação sintática, de que resulta ficar um termo sem função sintática no período. É parecido com um dos tipos de pleonasmo.
Ex.: O jovem, alguém precisa falar com ele.

9) Antítese: Emprego de palavras ou expressões de sentido oposto.
Ex.: Era cedo para alguns e tarde para outros.
 “Não és bom, nem és mau: és triste e humano.” (Olavo Bilac)
10) Sinestesia: Consiste numa fusão de sentidos.
Ex.: Despertou-me um som colorido. (audição e visão)
 Era uma beleza fria. (visão e tato).
11) Catacrese: É a extensão de sentido que sofrem determinadas palavras na falta ou desconhecimento do termo apropriado. Essa extensão ocorre com base na analogia. Por isso, ela é uma variação da metáfora.
Ex.: Leito do rio.
Dente de alho.
Barriga da perna.
Céu da boca.
Curiosas são as catacreses constituídas por verbos: embarcar num trem, enterrar uma agulha no dedo etc. Embarcar é entrar no barco, não no trem; enterrar é entrar na terra, não no dedo.
12) Ironia: Consiste em dizer-se o contrário do que se quer. É figura muito importante para a interpretação de textos.
Ex.: “Moça linda bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta, um amor.” (Mário de Andrade)
Observe que, após chamar a moça de burra, o poeta encerra a estrofe com um aparente  elogio: um amor. 

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