UFT/COPESE Vestibular/2011.2
PROVAS DE CONHECIMENTOS – 1ª Etapa – Manhã
PROVA DE REDAÇÃO
Instruções
Redija um texto DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO, em prosa. Observe rigorosamente as orientações e informações a seguir:
a) O texto deve ser desenvolvido segundo o tema.
b) O tema vem acompanhado de uma coletânea, que tem o objetivo de orientar sua linha argumentativa.
c) Sua redação será ANULADA se você: fugir ao tema proposto; desconsiderar a coletânea; não atender ao tipo de texto exigido.
d) Seu texto deve ser redigido com letra legível. Rasuras e letra ilegível acarretam perda de pontuação.
Tema A superficialidade da leitura na era digital
COLETÂNEA
Texto 1: Reportagem
O texto na era digital
Edgard Murano
(...)
Superficialidade
Há quem veja [na] torrente de informações que jorra na internet um fator negativo, dificultando nossa concentração em textos de fôlego como romances, por exemplo. Em artigo controverso publicado na revista The Atlantic em 2008, intitulado "O Google Está nos Deixando Idiotas?", o crítico de tecnologia Nicholas Carr defende a tese de que a navegação na internet está interferindo em nossa capacidade de leitura. Se antes, afirma Carr, ele se sentia um "mergulhador num oceano de palavras", hoje ele literalmente se sente "esquiando nesse oceano", dando a entender que a experiência de ler proporcionada pela internet é bastante superficial.
Por falar em imersão, para Roseli Deieno Braff, supervisora de língua portuguesa da editora COC, essa geração que já nasceu imersa na tecnologia não possui carência de informações, pois está sempre conectada. Porém falta muitas vezes a capacidade de se aprofundar mais no que leem e, consequentemente, de separar o joio do trigo.
- Não falta informação para esses jovens, mas muitas vezes falta a capacidade de processar e refletir sobre tudo o que leem. Ansiosos e inquietos, consideram uma tarefa muito difícil ler um livro de cem páginas. Nesse sentido, a ausência de concentração torna-se muito negativa, obstáculo inclusive para a resolução dos problemas que a vida certamente vai oferecer - afirma Roseli.
Ainda que o processo de reflexão não esteja acompanhando o ritmo acelerado com que esta geração vem consumindo informações, a professora de português Rosangela Cremaschi, do curso de Comunicação Escrita da FAAP, acredita que a diversidade de códigos e linguagens tem deixado os jovens mais atentos e receptivos.
- A internet deixou o leitor mais receptivo e participativo, pois recebe informações em diferentes linguagens e por meio de leituras não lineares. O texto até então "sagrado" se torna mais acessível. Se antes o ato de ler era algo distante, a internet acabou com isso, o que é positivo - defende Rosangela.
O escritor Michel Laub também vê com bons olhos os novos hábitos de leitura incutidos pela tecnologia. Para ele, a propensão a textos mais curtos em sites e blogs não nos tornou necessariamente mais dispersos ou desatentos. Ao contrário: lê-se mais do que antigamente.
- Os que leem textos mais longos e difíceis são uma minoria como sempre foram. Mas o restante das pessoas, que há uma década não lia nada, hoje trabalha com o texto escrito boa parte do tempo, e isso cria um certo hábito de leitura, mesmo que diluído - afirma.
(...)
Revista Língua Portuguesa. Ano 5. Nº 64. Fevereiro de 2011. p. 28-31. (Texto adaptado)
Texto 2: Tabela
Disponível no sítio http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/acessoainternet2008/tabelas/tab_finalidade.pdf. Acesso em 25 de abril de 2011. (Tabela adaptada)
Proposta de redação
Levando em consideração as colocações feitas na reportagem a respeito das experiências de leitura proporcionadas pela internet e os dados da tabela do IBGE sobre a finalidade do acesso à internet, elabore um texto dissertativo-argumentativo sobre a superficialidade da leitura na era digital.
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